"Muitas vezes, confundimos agüentar e suportar com aceitar. Quando estamos suportando algo, estamos em estado de angústia, estamos em luta, em desespero. Às vezes eu mascarava o meu suportar em aceitar. Tinha medo de que, se realmente aceitasse, aquilo ficaria comigo para sempre. Mas a minha resistência não mudava nada, só aumentava a ansiedade e me tornava mais deprimida por não alcançar meu objetivo. Aceitação não quer dizer que eu concorde com a doença ou que ficarei com ela para sempre, mas que naquele momento é a melhor escolha que tenho aceitar-me como sou hoje, esperando a chance e o momento oportunos para novas mudanças. E esta é a parte mais difícil do Pânico: aceitar e se render a algo que queremos que desapareça de nossa vida."
Silvana Prado - www.apoiar.org.br
O transtorno do pânico mudou a vida deste blogueiro que voz fala. As palavras supracitadas da autora Silvana Prado descrevem muito do que senti.
Até hoje lembro-me da primeira crise: estava na casa dos meus pais, com minha agora ex-esposa, e fui tomado pela certeza absoluta da morte. Parecia que estava tendo um ataque cardíaco. Meu corpo todo formigou e a respiração ficou presa. Minha boca ficou seca e minhas pernas bambearam. Decidi andar um pouco. Os sintomas atenuaram porém a agonia era constante. Andei muito, por quase toda vila. Enquanto o sol se punha continuava desnorteado. Entrei em uma farmácia para medir a pressão, o farmacêutico para meu completo desespero, disse que ela estava um pouco alterada.
Peguei uma carona com meu primo até o pronto socorro. A formicação voltou com toda força e com ela o pavor, foi o trajeto mais longo da minha vida. Quando entrei no hospital já estava certo da minha sentença de morte, imaginava que ia ser entubado ou coisa parecida. Porém minha pressão estava estabilizada e a médica me receitou um calmante.
A história não termina aqui, tive que aprender muito até me conscientizar que estava com um transtorno. Nesta caminhada me deparei com um psiquiatra, uma psicóloga e um livro: Síndrome do Pânico – Prisioneiro do Medo. Todos me ajudaram de alguma maneira, mas é evidente que o foco desta resenha é o livro.