domingo, 3 de junho de 2012

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS




Bem, esta aí um clássico que povoa o inconsciente coletivo de todos. Alice no País das Maravilhas e Alice no País dos Espelhos descrevem de maneira lúdica, e as vezes insana, a imaginação infinita de Lewis carroll, seu conhecido autor.
As cenas destes livros ainda estão cristalizadas na minha mente e os personagens surreais como o Chapeleiro Louco ou a Lebre, costumam me visitar sempre em momentos de devaneio pois certamente possuem arquétipos importantes em nossa cultura.
De fato a obra de Carroll tem significativa contribuição para o gênero fantástico não obstante seu objetivo que era atingir seu público infantil. No entanto temos em Alice uma representação de um mundo absurdo que possui relação direta com o nosso mundo, o país das maravilhas não é um país da Dysney, de maneira nenhuma. Leiam o trecho abaixo:

 “Você não está prestando atenção!”, disse o Rato para Alice, severamente. “No que você está pensando?”
     “
Desculpe-me”, respondeu Alice humildemente, “você já estava na quinta volta, não é?”
     “
Eu não!”, gritou o Rato com voz aguda, muito bravo. “Você não presta atenção em nós!”**
     “
Um nó!”, disse Alice, sempre pronta para ajudar, olhando para todos os lados. “Deixe-me ajudar a desfazer esse nó.”
     “
Eu não disse nada desse tipo”, disse o Rato, levantando-se e andando. “Você me insulta falando estas besteiras.”
     “
Eu não quis dizer isso”, suplicava a pobre Alice. “Mas você se ofende tão facilmente!”
     
O Rato apenas rosnou em resposta.
     “
Por favor, volte e termine sua história!”, Alice chamava. E todos os outros juntaram-se em coro:
     “
Sim, por favor, conte!”
     
Mas o Rato apenas balançava a cabeça impacientemente e caminhou ainda mais rapidamente.
     “
Que pena que ele não queira ficar”, suspirou o Papagaio, e logo o Rato já estava longe. E uma velha Carangueja aproveitou a oportunidade para dizer à sua filha:
     “
Ah!, minha querida. Que isso lhe sirva de lição para que você nunca perca o seu humor.”
     “
Segure sua língua, Mãe”, retrucou a jovem Carangueja, de um jeito meio impertinente. “Você acaba com a paciência de qualquer ostra.”

Este exemplo de mau humor não é um trecho específico nos livros de Carroll, pelo contrário, muitos personagens irão se deparar com Alice e tratá-la com desdém. Numa palavra: o país das maravilhas possui traços evidentes de hostilidades. Alice terá de enfrentar além de personagens loucos, outros sem a mínima vontade de ajudar. Será que não vemos isso no nosso mundo também?
Devemos tomar cuidado, o escapismo desta obra não é tão evidente assim, o mundo das crianças, principalmente naquela época, era temperado a muita palmatória. Esta fantasia de Alice é muito mais complexa e reflete os problemas e obstáculos que nós temos que enfrentar mesmo diante dos nossos sonhos.
Este apenas um ponto que gostaria de destacar das várias reflexões que tive a respeito deste livro, logo mais darei sequencia a outras considerações. 
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