Bem, esta aí um
clássico que povoa o inconsciente coletivo de todos. Alice no País
das Maravilhas e Alice no País dos Espelhos descrevem de maneira
lúdica, e as vezes insana, a imaginação infinita de Lewis carroll,
seu conhecido autor.
As cenas destes livros
ainda estão cristalizadas na minha mente e os personagens surreais
como o Chapeleiro Louco ou a Lebre, costumam me visitar sempre em
momentos de devaneio pois certamente possuem arquétipos importantes
em nossa cultura.
De fato a obra de
Carroll tem significativa contribuição para o gênero fantástico
não obstante seu objetivo que era atingir seu público infantil. No
entanto temos em Alice uma representação de um mundo absurdo que
possui relação direta com o nosso mundo, o país das maravilhas não
é um país da Dysney, de maneira nenhuma. Leiam o trecho abaixo:
“Você
não está prestando atenção!”, disse o Rato para Alice,
severamente. “No que você está pensando?”
“Desculpe-me”, respondeu Alice humildemente, “você já estava na quinta volta, não é?”
“Eu não!”, gritou o Rato com voz aguda, muito bravo. “Você não presta atenção em nós!”**
“Um nó!”, disse Alice, sempre pronta para ajudar, olhando para todos os lados. “Deixe-me ajudar a desfazer esse nó.”
“Eu não disse nada desse tipo”, disse o Rato, levantando-se e andando. “Você me insulta falando estas besteiras.”
“Eu não quis dizer isso”, suplicava a pobre Alice. “Mas você se ofende tão facilmente!”
O Rato apenas rosnou em resposta.
“Por favor, volte e termine sua história!”, Alice chamava. E todos os outros juntaram-se em coro:
“Sim, por favor, conte!”
Mas o Rato apenas balançava a cabeça impacientemente e caminhou ainda mais rapidamente.
“Que pena que ele não queira ficar”, suspirou o Papagaio, e logo o Rato já estava longe. E uma velha Carangueja aproveitou a oportunidade para dizer à sua filha:
“Ah!, minha querida. Que isso lhe sirva de lição para que você nunca perca o seu humor.”
“Segure sua língua, Mãe”, retrucou a jovem Carangueja, de um jeito meio impertinente. “Você acaba com a paciência de qualquer ostra.”
“Desculpe-me”, respondeu Alice humildemente, “você já estava na quinta volta, não é?”
“Eu não!”, gritou o Rato com voz aguda, muito bravo. “Você não presta atenção em nós!”**
“Um nó!”, disse Alice, sempre pronta para ajudar, olhando para todos os lados. “Deixe-me ajudar a desfazer esse nó.”
“Eu não disse nada desse tipo”, disse o Rato, levantando-se e andando. “Você me insulta falando estas besteiras.”
“Eu não quis dizer isso”, suplicava a pobre Alice. “Mas você se ofende tão facilmente!”
O Rato apenas rosnou em resposta.
“Por favor, volte e termine sua história!”, Alice chamava. E todos os outros juntaram-se em coro:
“Sim, por favor, conte!”
Mas o Rato apenas balançava a cabeça impacientemente e caminhou ainda mais rapidamente.
“Que pena que ele não queira ficar”, suspirou o Papagaio, e logo o Rato já estava longe. E uma velha Carangueja aproveitou a oportunidade para dizer à sua filha:
“Ah!, minha querida. Que isso lhe sirva de lição para que você nunca perca o seu humor.”
“Segure sua língua, Mãe”, retrucou a jovem Carangueja, de um jeito meio impertinente. “Você acaba com a paciência de qualquer ostra.”
Este
exemplo de mau humor não é um trecho específico nos livros de
Carroll, pelo contrário, muitos personagens irão se deparar com
Alice e tratá-la com desdém. Numa palavra: o país das maravilhas
possui traços evidentes de hostilidades. Alice terá de enfrentar
além de personagens loucos, outros sem a mínima vontade de ajudar.
Será que não vemos isso no nosso mundo também?
Devemos
tomar cuidado, o escapismo desta obra não é tão evidente assim, o
mundo das crianças, principalmente naquela época, era temperado a
muita palmatória. Esta fantasia de Alice é muito mais complexa e
reflete os problemas e obstáculos que nós temos que enfrentar mesmo
diante dos nossos sonhos.
Este
apenas um ponto que gostaria de destacar das várias reflexões que
tive a respeito deste livro, logo mais darei sequencia a outras
considerações.
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